Não se vive aos cadinhos. Não se esmola vida. Não se pede licença para existir. Não se existe de favor. Viver é se apoderar dos instantes, copular com os dias, apossar-se do estar sendo, empenhar-se no mundo dos sentidos, do agora. Viver é se rasgar por dentro, deixar-se arranhar pelos cílios do medo, vibrar na alta frequência do desmedido, enfiar a língua entre os dentes da insanidade, parir-se ao contrário todas as manhãs. Viver não é um exercício de preservação, mas de flagelo. Não há resguardo possível àqueles que estão vivos, nem prudência, nem moderação. Vida é o caminho que se faz todos os dias entre a loucura e a sanidade. E estar vivo é não ter medo de se perder nesse percurso.
Isadora Calderaro Soares
P.S: A gravura do post é Liberdade, do Picasso. :D
P.S: A gravura do post é Liberdade, do Picasso. :D
.....as vezes agir mais impulsivamente no faz realmente conhecer o sentido de VIVER!
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